quarta-feira, 10 de março de 2010

Luz

Num bairro de uma pequena cidade, havia uma rua pacata, onde havia um velho casarão. Todos os dias, um senhor de cabelos brancos sentava-se a porta, em uma cadeira de balanço, lendo uma bíblia. O que o tornava incomum, era o fato de que desde quando ele havia se mudado para a rua, ninguém sabia nada sobre ele. Não falava nada, nunca saia de casa, apenas a moça que o auxiliava é que fazia as compras e cuidava dele. Isso despertava a curiosidade de muitos, alguns cogitavam que ele fosse um fugitivo, outros de que fosse um velho caduco e coisas desse tipo. Ele gostava de compartilhar suas reflexões sobre o que lia.

Porém, depois de muito especular, descobri que o senhor misterioso se chamava Joel. Teve uma infância difícil, passou por várias dificuldades, até que conseguiu entrar para a universidade. Nunca foi muito sociável, preferia se trancar numa enorme biblioteca a sair com os amigos, apesar do seu jeito, tinha bons amigos. Era o melhor aluno do curso de filosofia, tornara-se uma lenda. Ateu convicto, acreditava no velho acaso, para ele era inadmissível a ideia de um Deus, que permitia tanto sofrimento no mundo. “Deus é uma criação da nossa mente!”, dizia ele, “nós somos deuses, o que chamamos deus, é uma mera energia que move o universo”. Completava. Muitos dos seus pensamentos eram influenciados pelos escritos clássicos da filosofia.

Após longos anos de estudo, aposentou-se como professor. durante um tempo, fora acometido de uma depressão. Passava longas horas trancado na sua biblioteca, um lugar frio e um tanto quanto mórbido. Estava envolto em uma terrível crise existencial, cansado de tantas teorias e de tantas opiniões, entre a beleza das palavras rebuscadas dos intelectuais e a dura realidade havia um abismo. ”Era estranho, ao mesmo tempo em que vivemos em um mundo caótico e ficamos tristes e preocupados com as barbaridades que acontecem, nós somos culpados. Se ligarmos a TV, e pesquisarmos na Internet encontraremos soluções para os maiores problemas da humanidade, ao mesmo tempo são soluções inúteis, pois a maldade nos corações humanos impede que elas sejam postas em prática”, pensava ele. Todas estas questões o inquietavam de sobremaneira.

Havia uma peça faltando no quebra-cabeça, séculos de estudos, várias lições aprendidas na história da humanidade, mas o homem continua sempre cometendo os mesmos erros, o que muda é apenas a roupa vestida pela época. “Igualdade, liberdade e fraternidade”, uma piada. Um turbilhão de ideias lhe tomavam a mente, quase fica louco. O velho Joel, também não conseguia compreender como o seu irmão, que mal sabia ler, que continuou na roça, era tão feliz baseado nas promessas de um livro chamado Bíblia. Seu irmão era um agricultor, feliz, com uma bela família, que sabia encarar a dureza da vida com firmeza. Ele tinha uma habilidade de explicar coisas complexas da maneira mais simples do mundo e nunca frequentou a universidade. Enquanto Joel complicava as coisas mais simples, tanto conhecimento e nenhuma tranquilidade,a vida sempre lhe mostrava algo que não estava nos melhores livros.

Após muitas pesquisas, Joel resolveu descobrir, por que o livro dos cristãos era tão popular,e por que o seu irmão era tão feliz em crer naquilo. Já havia jogado várias bíblias no lixo. Era um ferrenho opositor de qualquer idéia religiosa. Resolveu estudar a bíblia, da maneira mais crítica possível, debruçou-se sobre as páginas das escrituras. Após longos meses, tentou refutá-la, desmenti-la, não conseguiu. Até que um belo dia, as palavras de Cristo o tocaram profundamente, descobriu que a peça que falta para explicar a origem dos problemas humanos, era uma palavra que incomoda, o pecado. O homem é pecador por natureza, todo o mundo estava contaminado pelo pecado. As religiões nada mais eram do que a tentativa frustrada de seres imperfeitos buscarem aquele que é perfeito. Em poucos meses, ele descobriu o que em anos de estudo não fora possível perceber. E aquelas profundas verdades, estavam ocultas dos grandes sábios, pelo fato de que são verdades espirituais, e que não existe fé sem razão. E a razão de crer dos cristãos verdadeiros, era o sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Loucura para os intelectuais e escândalo para os religiosos.

A sua busca por explicações chegou ao fim, uma tranquilidade de espírito, finalmente descobriu o que os filósofos buscavam, e o quanto á loucura de Deus era superior á dos homens. Logo que se aposentou, resolveu mudar-se para uma pequena cidade. Seus antigos colegas diziam que ele estava caduco. Porém desde a sua conversão a Cristo, resolveu compartilhar sua descoberta com todos que encontrasse.

2 comentários:

  1. Amei o texto...

    Realmente o cristão é movido a luz da palavra...

    Que Deus continue abençoando a sua vida.

    Abraços

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  2. Textos profundos sempre me envolvem na leitura. Muito bom do início ao fim. Quanto ao assunto, palavras são dispensáveis. Cristo deve ser a essência das nossas vidas, somos pequeninos diante dessas verdades. "Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste". Colossenses 1:17

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